Pinacoteca de São Paulo e Museu da Imigração também avançaram para o mesmo nível
Os museus Casa de Portinari, Índia Vanuíre e Felícia Leirner/Auditório Cláudio Santoro, instituições geridas pela ACAM Portinari, atingiram o Nível 2 do Cadastro Estadual de Museus de São Paulo (CEM-SP), que tem como objetivo estabelecer padrões normativos para o setor museológico e sistematizar as informações sobre os museus em território paulista, identificando suas condições estruturais e atuando de forma dialógica para sua qualificação.
Instrumento de política pública elaborado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, por meio da atuação do Grupo Técnico de Coordenação do Sistema Estadual de Museus (GTC SISEM-SP), o CEM-SP é organizado a partir de parâmetros técnicos que visam a nortear a análise sobre a estrutura e funcionamento de cada instituição no que se refere à sua organização institucional e prestação de serviços à comunidade.
Divididos entre os eixos Gestão e Governança, Salvaguarda de Acervo e Comunicação e Serviços ao Público, e agrupados entre Cadastro Básico e Níveis, a metodologia do CEM-SP estabelece 85 parâmetros técnicos de análise referenciados na legislação do Estatuto dos Museus, entre outras, e estão amplamente divulgados.
Para atingir o Nível 2, cumulativamente aos parâmetros do nível 1, os museus precisaram atender às exigências técnicas de 24 parâmetros, sendo oito deles em Salvaguarda de Acervo, sete em Gestão e Governança e nove em Comunicação e Serviços ao Público.
Para Angelica Fabbri, diretora da ACAM Portinari, o CEM-SP tem papel importante para o fortalecimento da área museológica paulista e de políticas públicas efetivas para o setor, pois fomenta a implantação de ferramentas de gestão tanto para o SISEM-SP, quanto para as instituições cadastradas. “Para nós, o avanço para a Fase 2 significou uma importante e histórica conquista a ser muito celebrada, principalmente, se considerarmos o fato desses museus terem partido de uma condição de fragilidade, em que pesem a relevância e representatividade do patrimônio sob os quais trabalham e os diferentes estágios pelos quais essas instituições passaram, culminando com o atual Modelo de Gestão, propiciando ações estruturantes, gestão técnica profissionalizada, recursos humanos e financeiros e continuidade e planejamento de trabalho, que permitem a qualificação dos processos de trabalho, formação de equipes e oferta de serviços de qualidade às comunidades onde estão instalados e à seriedade em geral”, diz Angelica.
Ainda de acordo com ela, “a própria forma pela qual o CEM-SP é organizado, a partir de um conjunto de parâmetros, distribuídos em três diferentes eixos, que representam a estrutura do museu no âmbito de organização institucional propriamente dita e serviços oferecidos já dá a dimensão da importância de se atingir o Nível 2, pois significa que o total de parâmetros para esse nível foi atingido”.
Angélica afirma que o principal desafio foi atender o conjunto de parâmetros exigidos pelo Nível 2, tanto nos eixos Gestão e Governança, como no Salvaguarda de Acervo e Comunicação e Serviços ao Público. “Os parâmetros para o Nível 2 requerem que o museu esteja muito bem estruturado e ofereça serviços de qualidade. O processo é muito enriquecedor, pois permite enxergar o museu no seu todo, no conjunto de seus programas, tanto de natureza técnica, quanto administrativa e nas suas relações e diálogos com a comunidade, sociedade de maneira geral e pública, em seus diferentes perfis”.
A diretora também destaca que foi uma oportunidade enriquecedora para as equipes olharem para seus próprios processos de trabalho, enxergarem o museu em sua totalidade, voltarem a se debruçar sobre documentos norteadores da instituição, principalmente, o Plano Museológico, bem como, fortalecerem a compreensão do Plano de Trabalho vigente nas instituições, permitindo avaliações e discussões críticas. “Ajudou muito na compreensão de onde saímos, onde estamos e onde queremos chegar e no planejamento de como faremos isso, fortalecimento da importância do trabalho em equipe, entre outros aspectos”, finaliza.
Além dos museus geridos pela ACAM Portinari, a Pinacoteca de São Paulo, o Museu do Café e o Museu da Imigração são instituições que também já avançaram para a Fase 2 do CEM-SP.
Como aderir ao CEM-SP
Para aderir ao CEM-SP, é necessário acessar o Sistema de Gerenciamento de Dados do CEM-SP (https://cem.sisemsp.org.br), criar um login e cadastrar a instituição. Em seguida, será necessário preencher o Instrumento de Qualificação Cadastral Básico (IQC Básico), que corresponde ao formulário inicial do CEM-SP.
Depois do preenchimento, o GTC SISEM-SP entrará em contato e agendará uma visita técnica de aferição. Após a visita técnica, há a análise de todas as informações coletadas e a apresentação do processo cadastral ao Conselho de Orientação do Sistema Estadual de Museus (COSISEM).
Podem aderir ao CEM-SP as instituições culturais que se dedicam em caráter permanente e sem fins lucrativos à preservação e divulgação de acervos culturais materiais ou imateriais em espaços abertos ao público para finalidade de estudo, pesquisa, educação e fruição, contando com quadro de pessoal para seu financiamento.
Para saber mais, acesse https://cem.sisemsp.org.br.
Fonte: SISEM-SP