Durante o Mês da Consciência Negra, os museus da ACAM Portinari celebram a cultura afro-brasileira com atividades que exaltam a arte, a história e a resistência do povo negro.
No Museu Casa de Portinari, a exposição “Macalé, Formas e Fatos” homenageia o artista Jaime Domingos Cruz, o Macalé, com suas obras abstratas que evocam resistência e identidade. A oficina “Não Deixe o Samba Morrer” permite que crianças explorem instrumentos musicais feitos com materiais recicláveis, enquanto uma coreografia de dança contemporânea e oficinas de chocalho completam a programação.
No Museu Felícia Leirner, a oficina “Cangoma” oferece um mergulho nos ritmos de matriz africana, explorando suas raízes e influências na Música Popular Brasileira. Também acontece um show gratuito do grupo Família Intimidade, que celebra a força e a energia do samba.
Já no Museu Índia Vanuíre, oficinas, palestras e apresentações de dança e poesia exploram questões de identidade e ancestralidade, promovendo um espaço de reflexão e troca de conhecimentos sobre a herança africana no Brasil. As atividades convidam os participantes a mergulharem nas tradições, história e cultura do povo negro.
No Museu das Culturas Indígenas, um dos destaques é a apresentação de “Tambor de Crioula” – manifestação cultural tradicional do Maranhão. Além disso, o museu promove uma roda de conversa sobre o hip hop como expressão de resistência afro e indígena, criando um espaço para a troca de histórias e saberes.
O Museu Casa de Portinari oferece a oportunidade de explorar seu rico e variado acervo por meio do seu site. No catálogo digital, é possível navegar por obras de arte, objetos pessoais, ferramentas e utensílios domésticos que refletem a vida e o legado de Candido Portinari e os hábitos de sua família na primeira metade do século passado.
Com uma interface simples e acessível, o catálogo apresenta os icônicos afrescos da casa em Brodowski (SP) – onde o artista viveu durante sua infância e juventude e para onde retornava para longas temporadas junto à família – e disponibiliza dados básicos de toda a coleção do museu, permitindo uma imersão profunda na vida de Portinari, além de situá-lo no contexto cultural e social do Brasil do século XX.
A iniciativa democratiza o acesso ao acervo, permitindo que pessoas de todo o mundo conheçam a trajetória e o impacto desse grande expoente da arte moderna brasileira. Confira o catálogo digital e descubra mais sobre a vida e obra de Portinari!
O Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro apresentam neste mês a 1ª edição da “Mostra Claudio Santoro”, uma celebração das diversas facetas do maestro que vão muito além da música. A programação convida o público a conhecer o impacto de Santoro na cultura brasileira e sua influência como artista completo e visionário.
Para o cinema, Santoro compôs trilhas marcantes; na política, defendeu a cultura e sua democratização; nas artes visuais, suas pinturas refletem o espírito do expressionismo, explorando novas formas de manifestação artística. Sua obra é um legado multifacetado e vibrante, que inspira gerações.
Não deixe de conferir os painéis expositivos, as visitas educativas e uma oficina de pintura. Um dos destaques é a apresentação da Filarmônica do Vale, que traz um concerto especial gratuito, regido pelo maestro Paulo D’Angeles, celebrando algumas das composições mais emblemáticas de Santoro.
O Museu Índia Vanuíre tem, desde 2023, uma parceria com a Rede Internacional de Pesquisadores sobre Povos Originários e Comunidades Tradicionais (RedeCT). A partir do Grupo de Pesquisa GEDGS/UNESP, essa colaboração amplia as pesquisas sobre as culturas indígenas, permitindo que estudiosos da RedeCT usem o acervo e o conteúdo do museu para enriquecer seus estudos e fortalecer a visibilidade dos povos originários, especialmente os do oeste paulista.
No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o Museu Índia Vanuíre recebe e participa de uma roda de conversa com o professor Dr. Edson Kayapó, David Terena, Lidiane Krenak e o professor Dr. Nelson Russo de Moraes durante a programação do V Congresso Científico Internacional da RedeCT. Será uma oportunidade para refletir sobre as identidades e resistências dos povos originários, com transmissão online para participantes de várias regiões do Brasil e de Moçambique.
Criada em 2018, a RedeCT desenvolve diversas ações de pesquisa, como a série de livros “Estudos sobre Povos Originários e Comunidades Tradicionais”, webinários e o Congresso Científico Internacional.
O Projeto Perspectivas Indígenas em Cena apresentou o espetáculo “Abertura de Processo”, no Museu das Culturas Indígenas (MCI), entre 06 e 14 de novembro. A peça mostrou um novo olhar para as crianças indígenas em contexto urbano e abordou o direito ao território, educação básica, cultura e valorização, por meio da educação e da diversão.
A apresentação contou a história de uma criança indígena obrigada a deixar seu território em Mairi, em Belém (PA), e migrar com a mãe para a periferia em São Paulo (SP). Do quintal de sua nova casa, ela narra suas vivências no novo contexto e embarca em uma viagem em seu rio de memórias, junto com seus melhores amigos: boldo, alecrim e capim cidreira.
Os pequenos que assistiram ao espetáculo embarcaram na imaginação de cartografias e camadas de mundo ao longo de uma narrativa tão plural quanto as cosmovisões dos povos originários. A narrativa apontou questões atuais como demarcação territorial, proteção das infâncias indígenas e saúde mental e física para quem vive nas metrópoles.
O Projeto Perspectivas Indígenas em Cena teve fomento do programa FUNARTE RETOMADA 2023 – TEATRO e contou com apoio do MCI.