Os museus geridos pela ACAM Portinari vão participar da 17ª Primavera dos Museus, iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Cada instituição preparou uma atividade específica para a programação, que ocorre entre 18 e 24 de setembro. O tema dessa edição é “Memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas”.
No Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro, entre as ações previstas, tem o bate-papo “Memória e Democracia: Direito, Reconhecimento e (Re) Existência Indígenas”, com Adriana Pesca, professora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Já no Museu Casa de Portinari o Núcleo Educativo da instituição promoverá uma visita mediada pelo espaço e, na sequência, uma reflexão sobre a importância das memórias quilombolas e como elas permeiam a obra de Portinari.
Entre as atividades do Museu Índia Vanuíre, anciãos e líderes indígenas compartilharão perspectivas sobre as memórias dos povos originários e o papel fundamental que desempenham na preservação de suas culturas, línguas e saberes ancestrais. No Museu das Culturas Indígenas serão promovidos três encontros para debater a memória da luta indígena e sua relação com a democracia no Brasil.
O Museu Casa de Portinari realizará uma edição da “Pintura Mural” no Instituto Federal de São Paulo – Campus Sertãozinho. Prevista para a primeira quinzena de outubro, a atividade envolverá alunos e professores do ensino médio do Instituto, que escolherão um muro para soltar a imaginação e fazer arte.
Desde 2022, as instituições mantêm um termo de cooperação para fomentar pesquisas e ações inovadoras. Neste ano, o IFSP contribuiu para programação da Semana de Portinari, com a apresentação da Banda IFessores, e o evento “Observação do Céu”, em que o público visualizou lua, estrelas e planetas por meio de telescópios.
O instituto também está pesquisando a melhor forma de imprimir as obras da coleção do museu em 3D, para uso educativo. Trabalha na impressão, em alto relevo, de peças do acervo da Casa para o Projeto de Acessibilidade do Museu e análise a possibilidade de uma experiência imersiva nas pinturas, por meio de realidade virtual.
Quem visita o Museu Felícia Leirner e o Auditório Claudio Santoro pode “ganhar asas” ao posar para fotos em frente ao painel Instagramável do papagaio-de-peito-roxo. A estrutura da pintura inaugurada no mês passado fica em área aberta, proporcionando também a conexão direta com a Mata Atlântica.
O painel representa uma espécie de pássaro ilustre, marcada pelo peitoral de cor roxa, que vive pela região. Nessa porção de Mata Atlântica o papagaio encontra sua fonte de alimento em abundância: o pinhão. O fruto é da araucária, árvore característica de Campos do Jordão.
Por essa conexão, a equipe do museu escolheu a espécie para proporcionar uma experiência inédita no espaço. A proposta é intensificar a interação com os visitantes assíduos, assim como atrair aqueles que ainda não conhecem o espaço.
Durante o Encontro Paulista Questões Indígenas e Museus (EPQIM), o Museu Índia Vanuíre realizou uma ação educativa para incentivo da leitura de autores indígenas. A iniciativa doou, para escolas estaduais indígenas do Oeste Paulista, o livro “Programa de índio: poesias decoloniais”, de Tiago Nhandewa, sua publicação mais recente.
Na narrativa, o autor busca quebrar o estereótipo de que os indígenas apenas praticam a caça e a pesca. A partir da perspectiva decolonial, Tiago Nhandewa mostra que os indígenas estão inseridos em diferentes contextos e espalhados por todo o Brasil.
Tiago Nhandewa é indígena da etnia Guarani-Nhandewa e natural de Avaí (SP). Professor, ativista e antropólogo, “Programa de índio: poesias decoloniais” é o seu segundo livro publicado.
De 12 a 17 de setembro os visitantes do Museu das Culturas Indígenas poderão ver de perto uma indumentária sagrada confeccionada pela artista indígena Glicéria Tupinambá, vencedora do Prêmio PIPA. A exibição é parte do projeto “Manto em Movimento”, ação de ativação para recepção do manto Tupinambá que será devolvido pela Dinamarca ao Brasil em janeiro de 2024.
O manto criado por Glicéria na comunidade da Terra Indígena de Olivença (BA) será acolhido por membros do Conselho Indígena Aty Mirim como um ente sagrado para seu fortalecimento, já que é considerado um parente divino vinculado ao mundo dos Encantados e à cosmologia Tupinambá.
O MCI fica aberto ao público de terça a domingo, das 9h às 18h, e às quintas até às 20h. Reserve seu ingresso para visitar!
Profissionais que atuam em instituições museológicas paulistas estão convidados a participar do primeiro Censo de Trabalhadores de São Paulo. Organizado pelo SISEM-SP em parceria com a ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, o levantamento pretende identificar desafios e subsidiar propostas de melhorias para o campo museal.
Podem responder ao formulário trabalhadores que atuam de forma direta ou indireta na área. As informações coletadas são confidenciais e de acesso restrito ao SISEM-SP, à ACAM Portinari e à NOZ Inteligência, consultoria responsável pela realização da pesquisa.
O Censo faz parte do Programa de Indicadores e Informações de Museus, que visa à produção da inteligência necessária para contribuir, por exemplo, com propostas de qualificação e formação continuada de profissionais do campo museológico, entre outras ações de políticas públicas.