A ACAM Portinari, responsável pela gestão do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre e organizadora dos Encontros Paulistas de Questões Indígenas e Museus – em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – acaba de assumir a implantação e a gestão do Museu das Culturas Indígenas (MCI), que será localizado no Complexo Baby Barioni, ao lado do Parque da Água Branca, na capital.
A partir de uma visão inovadora de gestão comprometida com o protagonismo indígena no MCI, a ACAM Portinari garantirá a presença de lideranças indígenas em diversas instâncias participativas constituídas por Conselhos, Comitês e Grupos de Trabalho, que contarão com representações de povos, organizações e movimentos indígenas, além de setores da sociedade civil envolvidos com o campo museológico e indigenista.
Assegurando os princípios de participação, colaboração e diversidade cultural, o MCI será estruturado de modo que os diversos coletivos possam propor projetos, programas e ações museológicas a serem implementados no museu. Para apoiá-la neste processo, a ACAM Portinari contará especialmente com a parceria do Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena, assim como a defesa dos direitos indígenas e o fortalecimento da autonomia dos povos, e é composta por importantes lideranças indígenas do país, como Aílton Krenak, Davi Kopenawa Yanomami, Siã Huni Kuin e Sandra Benites, bem como por lideranças e representantes indígenas de São Paulo, como Carlos Papá e Cristine Takuá, entre outros colaboradores e parceiros indígenas.
Com inauguração prevista para final de março, o MCI será um espaço destinado à valorização e promoção da memória, patrimônio e diversidade cultural dos povos indígenas, constituindo-se como um local de troca de experiências e de aproximação intercultural do público com as culturas indígenas.
O MCI promoverá exposições de longa duração, temporárias, virtuais e itinerantes, terá um Centro de Pesquisa e Referência, formação e gestão de coleções, um Centro de Formação, um serviço educativo e uma programação cultural diversificada que reflita a pluralidade das culturas e povos indígenas, promova um diálogo intercultural, devendo os conteúdos serem gerados de forma a garantir que os indígenas protagonizem os processos museológicos e narrativas do museu, em diálogo com instâncias de mobilização e articulação das causas indígenas.
Criado como equipamento cultural do Estado, o MCI terá um papel relevante na desconstrução de visões estereotipadas e distorcidas sobre os povos indígenas, além de enriquecer e qualificar ainda mais a oferta cultural de São Paulo, projetando a capital e o Estado no cenário nacional e internacional.